Haja Vista https://hajavista.blogfolha.uol.com.br Histórias de um repórter com baixa visão Tue, 07 Dec 2021 17:23:21 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Empresa torna filmes acessíveis para cliente que não enxerga https://hajavista.blogfolha.uol.com.br/2021/11/04/empresa-oferece-servico-de-acessibilidade-em-filmes-sob-encomenda/ https://hajavista.blogfolha.uol.com.br/2021/11/04/empresa-oferece-servico-de-acessibilidade-em-filmes-sob-encomenda/#respond Thu, 04 Nov 2021 17:02:54 +0000 https://hajavista.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/Foto-Charles-300x215.jpg https://hajavista.blogfolha.uol.com.br/?p=319 Filmes clássicos que nunca foram lançados com recursos de acessibilidade estão recebendo audiodescrição sob encomenda de clientes com deficiência visual da empresa Cineblind.

Segundo Charles Moreira, 29,  idealizador do projeto, o preço para contratar uma audiodescrição parte de cerca de R$ 100 para filmes de uma hora e meia e vai a R$ 300, no caso de longas com mais de 3 horas de duração.

Moreira, que é cego e também tem uma produtora de áudio para gravar jingles e locuções, diz que a entrega do filme para o cliente leva até 60 dias, período necessário para que a roteirista Vanusa Serafim prepare o texto da audiodescrição, o conteúdo seja analisado por consultor cego  e Moreira ou outro narrador faça a gravação das inserções de informações, como aparência das personagens, cenários e ações.

Entre os filmes que já foram tornados acessíveis após pedido de cliente com deficiência estão títulos de gêneros variados como  “2001, Uma Odisséia no Espaço”, “Lilo & Stitch” ,”Coringa” e “O Bebê de Rosemary”.

As produções feitas sob encomenda pela Cineblind podem tanto ficar públicas na internet para outros espectadores com deficiência como tamb~em serem mantidas particulares, dependendo da opção do cliente, diz Moreira. Quem faz o pedido também pode ser incluído nos créditos finais do filme como patrocinador da audiodescrição, conta.

Segundo Moreira, com a tabela de preços praticada atualmente, a companhia não consegue ser lucrativa. O valor é suficiente para pagar as contas, mas ainda não é possível investir mais na iniciativa e todos que participam do projeto têm outras atividades, incluindo também a esposa de Moreira, Renata Cardozo, que é formada em direito e faz narrações.

O Cineblind começou em 2017, incluindo descrições voluntariamente e disponibilizando o conteúdo em canal no YouTube em versões apenas com o som e as descrições.

 

Filmes como “Forest Gump”, “Titanic” e “O Rei Leão” foram incl~uídos no YouTube a partir deste formato desde 2017, conta Moreira. A plataforma, porém, pasou a ser usada com menos frequência, depois que alguns vídeos foram tirados do ar pelo sistema do YouTube indicar violação de direitos autorais, conta Moreira. Ele diz haver amparo legal para a exibição da versão sem imagem das produções para oferecer acessibilidade a pessoas com deficiência, mas evita questionar as decisões para não correr o risco de ter o canal suspenso.

Além das encomendas, a empresa segue com a produção voluntária de filmes e vem exibindo eles em lives em sua página no Facebook e deixando disponível no Portal Cegos Brasil, um repositório de conteúdo variado para pessoas com deficiência visual. Entre os trabalhos recentes estão a audiodescrição dos filmes da série Harry Potter.

Para o futuro, Moreira diz que uma das metas é criar um site para que a Cineblind tenha um espaço próprio para hospedar suas produções.

Conforme a capacidade de investimento aumente, Moreira também deve investir em mais equipamentos para montar um estúdio em que a equipe possa trabalhar junta —hoje cada pessoa que colabora com a Cineblind atua da própria casa.

Com isso, ele espera atender a uma maior demanda por audiodescrição que acredita que deverá vir das plataformas de streaming, das emissoras de TV e das distribuidoras, conforme elas passem a oferecer mais acessibilidade.

Para Moreira, a audiodescrição amplia o conhecimento de pessoas com deficiência visual, ao permitir que elas recebam mais informações sobre diferentes locais do mundo. A ferramenta também amplia o repertório de gestos para expressar emoções, pois, a partir dela, muitos cegos ganham mais familiaridade com ações como franzir a testa ou  dar de ombros, diz, citando frases frequentes em roteiros de audiodescrição.

 

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Orquestra egípcia de mulheres cegas fará live de abertura do festival de música de Curitiba https://hajavista.blogfolha.uol.com.br/2021/01/16/orquestra-egipcia-formada-por-mulheres-cegas-fara-live-de-abertura-do-festival-de-musica-de-curitiba/ https://hajavista.blogfolha.uol.com.br/2021/01/16/orquestra-egipcia-formada-por-mulheres-cegas-fara-live-de-abertura-do-festival-de-musica-de-curitiba/#respond Sat, 16 Jan 2021 15:25:17 +0000 https://hajavista.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/Foto-300x215.jpg https://hajavista.blogfolha.uol.com.br/?p=140 Uma orquestra de câmara formada exclusivamente por mulheres com deficiência visual fará a abertura da 38ª Oficina de Música de Curitiba neste domingo (17), às 12h. O concerto  será transmitido online neste link.

A Egyptian Blind Girls Chamber Orchestra Al Nour Wal Amal (Orquestra de Câmara Egípcia Luz e Esperança de meninas cegas) faz parte de uma organização dedicada à educação de meninas com deficiência visual fundada por voluntárias  em 1954. Sete anos depois, a entidade passou a contar com um instituto de música.

O conjunto fez sua primeira apresentação internacional em Viena, em 1988, e já esteve em 26 países. Atualmente forma sua quarta geração de musicistas.

As participantes da orquestra aprendem o repertório que apresentam a partir do sistema braille. Como não é possível tocar os instrumentos e fazer a leitura com as mãos ao mesmo tempo, todas as notas precisam ser memorizadas, o que não costuma acontecer nas orquestras formadas por músicos que enxergam, exceto no caso de solistas.

A regência do grupo fica a cargo de Mohamed Sad, único músico sem deficiência visual. Ele está à frente das apresentações desde 2015.

A relação entre as instrumentistas e o maestro também tem suas peculiaridades,  pois as participantes não teriam como ver seus gestos e movimentos com a batuta durante os concertos. Nos ensaios, o regente indica o andamento da música e a intensidade com a qual ela deve ser tocada com sons percussivos. Suas instruções são decoradas pelas musicistas para serem seguidas no palco.

Neste ano, a orquestra precisou interromper suas atividades durante cinco meses em razão da pandemia de Covid-19. Segundo a imprensa egípcia , as participantes não puderam treinar com seus instrumentos no período de distanciamento social mais rígido, pois eles ficam na associação. Após três semanas de ensaios, o retorno aconteceu em 20 de setembro, em concerto realizado na cidade natal do conjunto. Os ensaios foram feitos em grupos menores e com cuidados para evitar contágio pela doença.

O evento deste domingo terá mediação da pianista e pesquisadora Fabiana Bonilha, que tem deficiência visual e já apareceu neste blog. Participa também Luiz Amorim, professor de teoria musical e de prática de conjunto no Projeto Música Tátil, de Curitiba, idealizado por ele, que tem baixa visão.

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Festival online tem teatro com acessibilidade para as crianças https://hajavista.blogfolha.uol.com.br/2020/09/25/festival-online-tem-teatro-com-acessibilidade-para-as-criancas/ https://hajavista.blogfolha.uol.com.br/2020/09/25/festival-online-tem-teatro-com-acessibilidade-para-as-criancas/#respond Fri, 25 Sep 2020 12:00:29 +0000 https://hajavista.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/Papel-300x215.jpg https://hajavista.blogfolha.uol.com.br/?p=28 O Festinfante está apresentando mais de dez atrações online com acessibilidade para crianças com deficiência visual, incluindo curta-metragem, peças de teatro com bonecos e contação de histórias.

Os vídeos podem ser assistidos com audiodescrição, recurso que permite a quem tem deficiência visual conhecer cenários, características das personagens e ações que acontecem na tela a partir de descrições faladas ao longo do espetáculo, de preferência em momentos em que não há fala.

A programação é gratuita e está disponível no site do evento. Será possível acessar o conteúdo até  domingo (27).

O evento também tem oficinas e rodas de conversa com artistas e oferece interpretação em Libras (língua brasileira de sinais).

 

O festival foi criado na cidade de Itajaí (SC) pela produtora Patavinas Culturais e está em sua quarta edição, a primeira realizada pela internet.

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